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13 novembro, 2013

Começa a exumação do corpo de João Goulart, considerado o último presidente trabalhista

João Goulart, em 1962 / imagem wikimedia-cc

Começou hoje, em São Borja, no Rio Grande do Sul, a exumação do corpo do ex-presidente da República João Goulart. Vale relembrar um pouco da história desse grande homem.


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da Redação

Começou hoje, em São Borja, no Rio Grande do Sul, a exumação do corpo do ex-presidente da República João Goulart. O procedimento é parte de uma investigação sobre a causa da morte de Jango. Há suspeitas de que ele tenha sido envenenado, no exílio.

João Belchior Marques Goulart, o Jango, nasceu na cidade de São Borja (RS), em 1° de março de 1918. 
Advogado, iniciou a atividade política no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Elegeu-se deputado estadual (1946-1950) e deputado federal (1951). Foi ministro do Trabalho, Indústria e Comércio do governo de Getulio Vargas (1953-1954), e vice-presidente da República no governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961).Na eleição de 1960, foi novamente eleito vice-presidente, ao concorrer pela chapa de oposição ao candidato Jânio Quadros (UDN), que venceu o pleito. Naquela época, as votações para presidente e vice eram separadas.Em 25 de agosto de 1961, enquanto João Goulart realizava uma missão diplomática na China, o presidente Jânio Quadros renunciou ao cargo no Brasil. Enquanto o vice-presidente não voltava, os ministros militares do governo formaram um movimento que tentou impedir a posse de João Goulart. A solução para o impasse foi a aprovação pelo Congresso, em 2 de setembro, de uma emenda constitucional que instaurou o regime parlamentarista de governo.João Goulart assumiu a presidência em 7 de setembro de 1961. Em 6 de janeiro de 1963, um plebiscito escolheu a volta do presidencialismo por larga margem de votos. Em 1962, o governo divulgou um plano, elaborado pelo economista Celso Furtado, para combater a inflação e desenvolver o país. Anunciou também as reformas: agrária, tributária, administrativa, bancária e educacional. O plano econômico falhou e o governo brasileiro teve de negociar empréstimos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o governo dos Estados Unidos, que exigiram corte nos investimentos. Em seu governo, Jango aprovou leis que garantiam benefícios aos trabalhadores urbanos e rurais. Também procurou diminuir a participação de empresas estrangeiras em alguns setores da economia. Ele manteve uma política externa independente: reatou relações diplomáticas com a União Soviética e se recusou a apoiar a invasão a Cuba, proposta pelo presidente americano John Kennedy. As tensões sociais no país aumentaram. 

Em 13 de março de 1964, Jango discursou na Central do Brasil para 150 mil pessoas, e anunciou reformas, como a nacionalização de refinarias de petróleo e a desapropriação de terras.Em 19 de março, em São Paulo, aconteceu a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, cujo objetivo era mobilizar a opinião pública contra a política desenvolvida pelo governo de Jango que, segundo eles, levaria à implantação do comunismo no Brasil. Em 31 de março de 1964, o comandante das tropas de Minas Gerais iniciou a movimentação em direção ao Rio de Janeiro e deu início ao golpe político-militar que derrubou João Goulart. O presidente reconheceu a impossibilidade de resistir ao movimento, foi para o Rio Grande do Sul e depois se exilou no Uruguai. O Congresso entregou o cargo de chefe da nação a Ranieri Mazzili, presidente da Câmara, mas foram os militares que passaram a controlar o país. O novo governo foi reconhecido pelo presidente norte-americano, Lyndon Johnson, poucas horas após tomar o poder. João Goulart morreu no exílio, no município argentino de Mercedes, em 6 de dezembro de 1976.

com informações do Instituto João Goulart